Eventos

10 Mai 2022

Universalização das telecomunicações: passado, presente e futuro

Data

10/05/2022 - 10:00 às 17:00

Local

FGV Direito SP - Rua Rocha, 233, 2º subsolo
Sobre o Evento

O Núcleo de Concorrência, Políticas Públicas, Inovação e Tecnologia (Comppit) da FGV Direito SP convida a todas e todos para o evento Universalização das telecomunicações: passado, presente e futuro. O objetivo é analisar a situação das políticas públicas voltadas à ampliação de acesso aos serviços de telecomunicações. Dentre os tópicos centrais do evento estão as estratégias para utilização do Fundo de Universalização das Telecomunicações (FUST), além da discussão sobre formas de aproveitar os investimentos para viabilizar o acesso de escolas da rede pública à internet como um laboratório para outras iniciativas.

O momento é propício para uma reflexão acerca do histórico do setor em relação a esse assunto, uma vez que, apesar de ter havido uma ampliação no acesso a tais serviços, ainda existem lacunas importantes, como as evidenciadas pela pandemia de COVID-19. Um olhar sobre as experiências estrangeiras na arrecadação e despesa de recursos pode mostrar como essas lacunas têm sido supridas, o que demonstra que se trata de um problema passível de ser solucionado. Essas reflexões, sobre o passado e o presente, contribuem para uma discussão profunda quanto às recentes alterações legislativas e os próximos passos da universalização no Brasil.

O evento será presencial e as inscrições são limitadas. Será exigida a apresentação de comprovante de vacinação completa contra a Covid-19.

ASSISTA

Parte 1

Parte 2

Programação

Painel I – Retrospecto da universalização no Brasil (10h – 12h)

As políticas públicas de universalização das telecomunicações no Brasil seguiram um caminho muito distinto daquele traçado originalmente pela Lei Geral de Telecomunicações. O FUST, idealizado para ser a principal fonte de recursos, simplesmente não foi utilizado ao longo de mais de 20 anos de existência, as concessões seguiram explorando serviços defasados (telefonia fixa) – com investimentos em suporte à banda larga introduzidos por meio da substituição de metas contratuais –, serviços explorados em regime privado passaram a incorporar obrigações análogas à universalização (PBLE, PNBL, compromissos de abrangência etc). Quase a totalidade dos investimentos é direcionada à expansão e disponibilidade de redes, sem a adoção de mecanismos de incentivo à demanda e à fruição direta dos serviços (i.e. subsídio direto aos usuários, subsídio a planos específicos, subsídio a conexão com finalidade de educação e saúde). O objetivo do painel é compreender as causas e efeitos do caminho adotado pela universalização das telecomunicações no Brasil, fazendo um balanço da política até aqui e dos entraves que impediram a implementação do FUST.

Moderador:

Mateus Adami, pesquisador do Núcleo de Concorrência, Políticas Públicas, Inovação e Tecnologia (Comppit) da FGV Direito SP

Participantes:

Amanda Ferreira, gerente regulatório e jurídico da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp)

Daiane Araújo, presidente da Associação Casa dos Meninos

Igor Vilas Boas de Freitas, Pakt Consultoria e Assessoria

Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital

Marina Pita, conselheira do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

Painel II – Aplicação de fundos de universalização: como fazer? (13h30 – 15h)

Enquanto o Brasil patinou na implementação de uma política pública de universalização com base na aplicação de recursos públicos por meio de fundos setoriais, outros países conseguiram avançar nessa política pública com base em ferramentas análogas. Por um lado, na ponta da arrecadação, o uso de fundos setoriais tem se mostrado uma ferramenta valiosa como fonte de recursos. Relatório recente elaborado pela Alliance for Affordable Internet e pela Internet Society abordou o uso de fundos setoriais como ferramenta importante para a universalização dos serviços de telecomunicações a partir da análise de diversas jurisdições. O objetivo do painel é discutir como o uso dessa importante ferramenta foi viabilizado.

Moderadora:

Bárbara Marchiori, pesquisadora do Núcleo de Concorrência, Políticas Públicas, Inovação e Tecnologia (Comppit) da FGV Direito SP

Participantes:

Nathalia Foditsch, Senior Policy and Regulatory Specialist, A4AI da World Wide Web Foundation

Jacintho Arruda Câmara, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 

Marcelo Rute Hernández, chefe da División Gerencia del Fondo de Desarrollo de las Telecomunicaciones, Subsecretaría de Telecomunicaciones de Chile

Luz Adriana Barbosa Bautista, especialista em políticas públicas de desenvolvimento social na Colômbia

Rodrigo Sujodoles Gazzero, diretor-geral de Relações Institucionais do Ente Nacional de Comunicaciones de Argentina (Enacom)

Painel III – Futuro da universalização no Brasil (15h15 – 17h)

Muito barulho foi feito em torno das reformas realizadas no setor de telecomunicações desde 2019, mas até agora pouco se viu em termos práticos, especialmente no que diz respeito à universalização. A adaptação das concessões para autorizações, positivada pela Lei 13.879/2019, ainda se encontra em fase de desenvolvimento, quase três anos após a reforma. A reforma da Lei do FUST, realizada pela Lei 14.109/2020, ainda depende de regulamentação para surtir seus efeitos. O Leilão do 5G manteve substancialmente a lógica de ampliação da rede, mediante compromissos de cobertura, já presente desde os leilões anteriores, embora tenha trazido algumas novidades, como a obrigação de prover acesso à internet às escolas da rede pública de ensino. O objetivo do painel é lançar as bases para que o movimento de reforma efetivamente produza os resultados esperados e (re)conduza a universalização das telecomunicações para um modelo mais eficaz, indicando possíveis caminhos a serem perseguidos a partir de 2023.

Moderador:

Caio Mario Pereira Neto, professor e coordenador do Núcleo de Concorrência, Políticas Públicas, Inovação e Tecnologia (Comppit) da FGV Direito SP

Participantes:

Carlos Ari Sundfeld, professor e coordenador do Grupo Público da FGV Direito SP

Cristieni Castilhos, CEO da MegaEdu

Vicente Aquino, conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)