O avanço da globalização econômica expandiu as alternativas de produção, de modo que empresas passaram a operar para além de suas jurisdições nacionais, em redes de negócios complexas e geograficamente dispersas, chamadas cadeias de valor. Por um lado, isso permitiu a distribuição dos custos e riscos relacionados ao processo produtivo entre as empresas envolvidas. Por outro, promoveu a fragmentação da responsabilidade pelos direitos dos trabalhadores entre os diferentes empregadores, isso inclusive nos níveis mais distantes das cadeias de valor, por vezes em um mercado informal. É nesse sentido em que a dinamicidade e a complexidade das cadeias de valor favorece o não cumprimento e até mesmo o abuso dos direitos dos trabalhadores, constituindo um desafio para a efetiva promoção do trabalho decente. Nesse cenário, o FGV CeDHE desenvolve ferramentas voltadas à prevenção e mitigação de abusos de direitos em cadeias de valor, especialmente o trabalho em condições análogas à de escravo, a partir de diagnósticos e modelos que combinam diferentes metodologias, inclusive participativas.