Alunas e alunos do Programa de Apoio e Diversidade (PAD) da FGV Direito SP receberam, no dia 16 de setembro, o professor Luciano Góes, coordenador de assuntos jurídicos da Diretoria de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação da Secretaria de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Igualdade Racial (MIR). Doutor em Direito pela Universidade de Brasília, professor do curso de Especialização Lato Sensu em Direitos Humanos e Contemporaneidade da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e advogado, Góes é um dos vendedores da edição de 2017 do Prêmio Jabuti na categoria Direito.
O PAD é composto por uma série de atividades voltadas à formação de estudantes egressos de escolas públicas ou bolsistas integrais de escolas privadas, além de grupos historicamente vulnerabilizados, como negros, indígenas, quilombolas e pessoas trans, que têm interesse em ingressar no curso de Mestrado Acadêmico em Direito e Desenvolvimento da FGV Direito SP. Os encontros de vivências integram as atividades do PAD, promovendo a reflexão crítica sobre as trajetórias pessoais e acadêmicas dos(as) participantes, além de inspirar novas gerações de pesquisadores(as) a refletir sobre o papel do Direito na sociedade.
Durante o encontro, temas fundamentais para a compreensão das relações entre Direito, raça e justiça social foram discutidos. O professor Luciano Góes apresentou uma visão poderosa sobre o que significa ser um “advogado abolicionista quilombista”, contextualizando esse papel na crítica ao sistema judiciário e ao aparato punitivo. Ele também abordou a seletividade penal e a criminalização de práticas da população negra, destacando a necessidade de um ordenamento jurídico antirracista. Sua fala também enfatizou a importância dos(as) intelectuais negros(as) na luta antirracista e no tensionamento aos padrões historicamente adotados na academia. Dentre eles, destacou intelectuais como Nêgo Bispo, Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Clóvis Moura, que constroem saberes a partir de bases contra coloniais. O professor também deu dicas estratégicas para os alunos e alunas que estão elaborando seus projetos de pesquisa para ingressarem no Mestrado Acadêmico, incentivando os(as) participantes a pensar de forma crítica sobre seus temas de pesquisa. Hermenêutica constitucional, abolicionismo penal e ESG foram alguns dos temas destacados durante o encontro.