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Estudantes da Graduação da FGV Direito SP criam jogos educativos sobre Direito constitucional e Direito digital

Rum e Rumores, Palácio em Xeque, Batalha dos Poderes, Eureka e Vozes da Nossa Cabeça – Delibera ou Surta foram desenvolvidos para abordar questões relacionadas à desinformação e seu impacto na sociedade, processos de impeachment, erosão da democracia, inovação e propriedade intelectual e questões éticas.

Uma turma de alunas e alunos da Graduação da FGV Direito SP foi desafiada, no início do primeiro semestre de 2025, a criar um protótipo de jogo com o objetivo de educar um público-alvo sobre uma questão de Direito constitucional e Direito digital empregando técnicas de design de jogos modernos. Agora, no fim do semestre, (as)os 19 estudantes apresentaram cinco jogos diferentes, cada um abordando um tema dentro do escopo da disciplina.

Os jogos foram desenvolvidos no âmbito do projeto de prática multidisciplinar Jogos Democráticos: tecnologia e constitucionalismo a serviço da difusão de conhecimento sobre as bases da democracia. Ministrado pelos professores Guilherme Klafke e Rubens Glezer para estudantes do terceiro ano da Graduação, o projeto teve o objetivo de estimulá-los a conceberem e criarem um primeiro protótipo de um jogo educativo (de tabuleiro, digital, de carta etc.) a partir do seguinte desafio: como aumentar o letramento e a conscientização de uma parcela da sociedade sobre direitos fundamentais, exercício da democracia e estrutura do Estado, dentro e fora do ambiente virtual, por meio de jogos lúdicos? 

Os alunos e alunas foram provocados a apresentar a concepção de jogos lúdicos com temas superficiais divertidos (sem serem literalmente sobre temas jurídicos), que promovessem o letramento ao serem jogados. Divertidos na superfície, os jogos tiveram como problema de fundo questões conectadas com direitos políticos e fake news, liberdade de expressão e moderação de conteúdo, separação de poderes e governo digital, democracia e uso de tecnologias pelo Estado para vigilância – todos problemas que surgem da interface entre Direito constitucional e Direito digital.

Ao longo do semestre, os professores trabalharam com a turma os problemas jurídicos decorrentes dessa interface e o desenvolvimento de competências e habilidades com vistas à concepção de jogos. No início da disciplina, as(os) estudantes realizaram encontros na loja PlayEasy, parceira da disciplina, onde foram expostos ao repertório dos jogos modernos. Também foram recebidos pelo CEO da Galápagos Jogos, Yuri Fang, e tiveram contato com mentores e desenvolvedores de jogos, como Tomás Queiroz, da Cordilheira Jogos, e Lucas Lorena, do grupo Oficina do Playtest. Após trabalharem questões conceituais sobre game design, foram orientados pelos professores sobre como incorporar tópicos de Direito aos jogos. Neste momento, escolheram as temáticas nas quais se aprofundariam e começaram a executar seus projetos a partir da lógica de tentativa, erro e prototipação, exercitando esse tipo de raciocínio.

O resultado foi a produção de cinco jogos, testados pelas(os) estudantes com amigos e professores:

Rum e Rumores, jogo criado pelas alunas Maria Weiss, Valquíria Martini, Maria Fernanda Tonhão e Isabelle Pirchio que trata de fake news e a desinformação e como elas afetam as pessoas e a coletividade.

Palácio em Xeque, jogo desenvolvido pelos alunos André Marques, Américo Chiesa, Octávio Farina e Victor Zylberberg para tratar do impeachment como processo jurídico com conteúdo político.

Batalha dos Poderes, jogo criado pelos alunos Alexandre Berezovsky, Enzo Gama, Pedro Veloso e Fabio Luchesi e pela aluna Alinne Gieulles, que lida com a erosão da democracia.

Vozes da Nossa Cabeça – Delibera ou Surta, jogo desenvolvido pelos alunos Adriano Gobbato e Rodrigo Viana e pelas alunas Clara Rocha e Nathália Alves, que trata da tomada e decisões sobre questões éticas complexas.

Eureka, jogo criado pela aluna Milena Almeida, Octavio Carelli e André Mogames, que lida com questões relacionadas à inovação e à propriedade do conhecimento.