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FGV CeDHE inicia estudo para mapear danos morais coletivos decorrentes de desastre em Maceió

Estudo faz parte de um programa de reparação operacionalizado pelas Nações Unidas que resulta de ação civil pública movida pelo MPF em Alagoas, que responsabilizou a mineradora Braskem pela reparação dos danos causados pelo afundamento de cinco bairros de Maceió.

Teve início o projeto de pesquisa do FGV CeDHE que irá realizar o diagnóstico dos impactos e danos morais coletivos sofridos pelos grupos que compõem a cadeia produtiva do pescado e do marisco na região da Lagoa Mundaú, em Maceió. Danos morais coletivos se referem a perdas não financeiras ou materiais. Eles são causados pela ruptura do tecido social, pelo comprometimento da capacidade produtiva e de geração de renda e pela perda do acesso a serviços públicos e privados.

A iniciativa integra o Programa Nosso Chão, Nossa História, gerenciado pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), operacionalizado pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e resultado de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), que responsabilizou a mineradora Braskem pela reparação dos danos causados pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió.

O estudo pretende dar visibilidade à realidade dos grupos que compõem a cadeia produtiva local da pesca e subsidiar o processo de reparação integral, com base em evidências construídas de forma participativa. A escuta ativa das comunidades envolvidas será um dos pilares centrais da pesquisa.

A participação da comunidade é fundamental para garantir que os danos morais coletivos/extrapatrimoniais sejam corretamente identificados e documentados. As atividades de campo já foram iniciadas e contarão com entrevistas, reuniões, oficinas e outros levantamentos realizados em diálogo direto com os grupos de pessoas atingidas.

Com duração de 12 meses, o projeto se baseia na Avaliação de Impacto em Direitos Humanos (AIDH) para mapear, de forma participativa, os impactos e danos sofridos por cada segmento da cadeia produtiva. A abordagem adotada reconhece que a reparação deve ser diversa e adaptada a cada realidade, garantindo medidas justas e proporcionais à gravidade dos danos.