Professor Adilson Moreira lança livros “Pensando como um negro” e “Letramento Racial” na III Semana Discente do Mestrado e Doutorado Acadêmico
Debate ocorre na quinta, 8 de agosto, às 14h, no Auditório da FGV Direito SP.
Nesta quinta-feira, 8 de agosto, às 14h, Adilson José Moreira, professor das disciplinas de Direito antidiscriminatório e de Direitos fundamentais da FGV Direito SP, lança dois livros: “Pensando como um negro: ensaio de hermenêutica jurídica” e “Letramento Racial”, ambos pela editora Contracorrente.
Os lançamentos integram a III Semana Discente Pesquisando o Direito e Desenvolvimento a partir do Sul, organizada pelo Mestrado e Doutorado Acadêmico da FGV Direito SP.
O livro “Pensando como um negro”, que foi finalista do prêmio Jabuti em 2020, incorpora dois capítulos que abordam temas centrais para a experiência do intérprete que pensa a partir da experiência de grupos subalternizados, aqueles sofrem formas sistêmicas de discriminação, e que se encontram em uma situação de vulnerabilidade e invisibilidade.
Considerado uma importante contribuição para a formação do que tem sido chamado por certos autores de constitucionalismo negro, “Pensando como um negro”se afasta das premissas da neutralidade e da objetividade para defender uma interpretação constitucional politicamente engajada, fundamentada no pressuposto de que cabe ao operador do Direito, no atual paradigma constitucional, interpretar normas legais a partir dos propósitos estabelecidos pela nossa ordem constitucional, notoriamente o compromisso com a construção de uma sociedade baseada nos princípios da dignidade, da solidariedade e da igualdade.
Já “Letramento Racial”, redigido durante a estada do autor como professor visitante na Faculdade de Educação da Universidade de Stanford, parte do conceito de letramento racial como um processo necessário para o aprimoramento da democracia brasileira, uma comunidade política bastante distante do ideal que nosso texto constitucional pretende alcançar.
O letramento racial corresponderia a um tipo de gramática social capaz de desvelar mecanismos culturais e institucionais responsáveis por disparidades entre grupos raciais, bem como um conjunto de ações necessárias para a promoção da solidariedade cívica entre eles. Essa capacidade se mostra relevante para ações de combate aos fatores responsáveis pela opressão racial.
O conceito de letramento racial possui, portanto, uma dimensão política porque procura promover transformações na lógica da operação das instituições democráticas; e uma dimensão sociológica, porque implica o conhecimento das formas como mecanismos sociais promover disparidades sociais; e certamente contém uma dimensão moral, uma vez que estabelece imperativos éticos que todos os membros de uma comunidade democraticamente organizada devem seguir.
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